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Teoria de Ptolomeu
Teoria de Ptolomeu

O Almagesto tornou-se o principal texto sobre astronomia durante os dezasseis séculos seguintes (até Kepler fornecer os argumentos que consolidaram definitivamente a teoria heliocêntrica formulada por Copérnico).

Fig. 3 - O modelo geocêntrico de Ptolomeu

Segundo Ptolomeu, os planetas, o Sol e a Lua giravam em torno da Terra na seguinte ordem: Lua, Mercúrio, Vénus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno. Com a ajuda da trigonometria, Ptolomeu estudou o movimento desses astros mas propôs uma explicação muito simplista para o problema do movimento aparente dos planetas: em determinados pontos de suas órbitas eles parecem deter-se, inverter seu movimento, deter-se novamente, finalmente mover-se na direcção primitiva. Esses fenómenos devem-se, na realidade, ao facto de a Terra e os planetas moverem-se com velocidades diferentes em órbitas aproximadamente concêntricas e circulares.

Ptolomeu, porém, para procurar explicar esse fenómeno aparentemente tão estranho, elaborou um sistema bastante complicado, embora geometricamente plausível.

 

Os planetas estariam fixados sobre esferas concêntricas de cristal, presididas pela esfera das estrelas. Todas essas esferas girariam com velocidades diferentes, o que, julgava Ptolomeu, explicava as diferentes velocidades médias com que se moviam os diversos planetas.

Mas restava ainda explicar os movimentos retrógrados e as "aparentes paragens" dos planetas. Ptolomeu foi então obrigado a fazer os planetas executarem movimentos em epiciclo: cada um deles girava descrevendo círculos (os epiciclos) sobre uma esfera menor, cujo centro estava situado sobre a esfera maior. Assim o céu encheu-se de várias rodas gigantes com o passar do tempo. Porém, foi-se entendendo que o mecanismo não explicava satisfatoriamente os movimentos celestes. Como resultado, o número de epiciclos cresceu enormemente, de tal forma que, ao tempo de Copérnico, a confusão formada pelas centenas de rodas gigantes, dentro de outras rodas gigantes era tão grande que já escapara da compreensão dos estudiosos. Para coroar o complicadíssimo mecanismo, os teólogos medievais povoaram o céu com exércitos de anjos, querubins, etc., cada qual, responsável por um epiciclo.

Ptolomeu aperfeiçoou também a teoria lunar de Hiparco, estabelecendo uma lei para o fenómeno da evicção, já observado por este último. Consiste numa irregularidade no movimento lunar, devida à atracção do Sol. De facto, pela influência da atracção solar, a trajectória da Lua não descreve uma órbita elíptica constante, podendo estar antecipada ou retardada em relação à posição que deveria ocupar, se seu movimento fosse uniforme.

O valor calculado por Ptolomeu para a evicção lunar estava muito próximo do adoptado actualmente. Além disso, Ptolomeu elaborou tabelas do movimento lunar que foram 

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